CBLOL: A arte de encontrar janelas ou o mau hábito de não seguir o plano?

Nesta última terceira semana de CBLOL presenciamos jogos caóticos pela LOUD, jogos estes contra o Fluxo e a INTZ. A vitória contra o último a partir de um backdoor gerou uma discussão bastante pontual nos bastidores.

A discussão toda se dá no seguinte vídeo:

Do ponto de vista do público, não importa tanto como vencer, se a vitória vier de fato. Porém, o jogador sente questões maiores dentro do jogo. Croc se irrita com uma tomada de decisão individual do tinowns e, apesar da vitória, é simples entender: o time não estava coordenado para aquela jogada. Eles esperavam uma teamfight no Dragão Ancião e se o backdoor desse errado, a vitória da LOUD poderia ser ameaçada.

Nós, espectadores, podemos assumir somente sob o ponto de vista da coordenação de momento, mas não deveríamos. O motivo? A LOUD vive de jogos assim, onde os jogadores encontram janelas e as punem, não seguindo um plano super roteirizado. Isso carrega dilemas, como quando enfrentar um time preparado (principalmente em palco internacional) e essas janelas simplesmente sumirem, pois elas não existem contra times melhores.

Meu interesse é de aprofundar a discussão num nível mais metodológico no Brasil. No MD3 Flow Games, Ranger teceu comentários sobre o jeito que nós treinamos:

Ele expõe como nós não seguimos, de acordo com nossos drafts ou matchups, uma linha de raciocínio semelhante no decorrer dos jogos em scrim, afetando diretamente nossa postura no stage. Citou, a exemplo, que se um jogador enfrentar outro numa mesma situação in game por 5 vezes, haveria, em cada jogo, uma diferença grotesca. Como isto se relaciona com o desentendimento entre o Tinowns e o Croc? Bom, se um jogador encontra uma janela, não significa que seja o plano treinado pelo time. Os raciocínios divergem, porém de certo apenas um dele foi o comunicado e treinado, há uma noção sobressalente.

Foto: Reprodução/LOUD

Encontrar janelas não é, em essência, o oposto a seguir um plano de jogo ou ter disciplina. A questão dada pela LOUD é de se ter uma forma clara de vencer, correta e sem riscos sendo afetada por uma decisão individual (não negando a qualidade ou o sentido desta) capaz de determinar negativamente o resultado do time.

O vídeo da discussão exprime claramente um time que não só busca vencer, como procura o desenvolvimento também. A vitória forçada, pelas janelas ou que se entra pela porta fechando vem hoje, porém amanhã pode não vir. Posso dizer, com certa firmeza, que a LOUD está tentando chegar lá, onde poucos times do Brasil chegaram. Entretanto, seriam eles capazes de abdicar de um estilo outrora promissor, em detrimento de um mais disciplinado? Embora eu pense que na realidade eles podem abusar das duas formas, baseado na necessidade. Porém se torna primordial assimilar um estilo mais estável, mais firme.