CBLOL: Imports no Brasil
- Lucas William
- 16 de fev. de 2024
- 3 min de leitura
O import de jogadores é algo extremamente regular em nossa região, dado, a exemplo, o fato de termos seis dos dez times com estrangeiros na sua montagem. Diante deste cenário, torna-se importante colocar na mesa algumas discussões passíveis de análise, da qual me proporei a desenvolver.
Uma das discussões necessárias de adentrarmos é, inevitavelmente, a de que um coreano ruim deixa a impressão de: valeria muito mais colocar um jogador Academy no lugar. Ao meu ver, há uma triste realidade de que mesmo coreanos de nível baixo conseguem simplesmente dar mais valor a um projeto considerado inferior. Por exemplo, o Nia, ex-INTZ, do qual sabíamos não ter passagem profissional em nenhum time, trouxe muito valor aos intrépidos.
Entretanto, sua vinda de apenas 1 ano dá outra dimensão ao debate aqui proposto: sua vinda não trouxe nada além de uma respiração pra INTZ. Afinal, o que o Nia ofereceu além de uma breve evolução (em conhecimento a partir de matchups jogadas) para os nossos suportes? Ele não é uma peça da qual se pretenderia usar no futuro para a liga. Portanto, um Academy valeria mais a pena, visualizando um eventual desenvolvimento na posição?
Não seria uma boa conclusão, essa é a verdade. Analisando somente a situação da INTZ, se eles não atingissem um certo nível, poderiam correr riscos nas franquias; além disso, a cobrança por um bom Split (após anos na lama) era fervorosa. A necessidade por bons resultados, trazer para sua comunidade uma visão melhor quanto ao projeto, pressão e outros fatores culminam na busca por jogadores melhores a qualquer custo.
Na montagem do elenco da atual Vivo Keyd Stars, SeeEl fez um vídeo recentemente explicando suas escolhas e o porquê de não optar por coreanos.

Citou adaptação como uma das dificuldades que teriam com o Ocidente e também pensou no perfil dos jogadores para trazê-los enfim ao Brasil. Não se torna imperioso a VKS ter bons resultados para extrair do raciocínio de SeeEl algo proveitoso.
Adaptação
Em relação à adaptação, algumas organizações trabalharam em cima disso para obterem êxito nos campeonatos. A KBM, por exemplo, tem uma boa cozinha, segundo os coreanos, cozinha essa que também faz comida coreana mesmo.
Outro fator positivo é trazer não somente um coreano, mas dois, para haver uma relação interpessoal mais confortável, possibilitando maior imersão na competitividade. Um exemplo do qual se usaria para contrariar este raciocínio é a LOUD com o Croc no primeiro título, porém ele já havia tecido comentários sobre gostar do Brasil, além de ter passado por outras organizações antes, estando já há um ano no país.
Perfil de jogador e a sua influência
Para mim este é o fator de maior determinação nos resultados de um bom projeto. Na realidade, o Brasil carece de um perfil específico de jogadores; jogadores com função criativa dentro de jogo.
O Croc, import de maior sucesso aqui, tem consigo uma responsabilidade de criar as jogadas dentro da LOUD (junto do Robo), permitindo a liberdade de ação e ganho de força nos seus excelentes carregadores. Outro jogador com o mesmo valor era o Luci, ex-paiN e Flamengo; o jogador conquistou dois títulos abusando de janelas e sendo agressivo, elevando em partes o nível da liga quanto a isso. E aí, com isso, trago uma fundamental questão: é válido trazer jogadores na expectativa de amassar? Sim, se você tiver dinheiro pra trazer o Keria.
A realidade nua e crua trouxe para nós jogadores coreanos com altas expectativas incapazes de performar o suficiente pelo título, enquanto outros com perfis diferentes sem necessariamente serem os melhores mecanicamente obtendo resultado.
Jogadores de alto valor na mecânica nós possivelmente teremos de monte aqui, porém nem todos eles têm conhecimento ou são capazes de produzir e girar engrenagens. O scout de um time na maioria das vezes deveria pensar nisso ao formular um time, podendo sim variar entre os jogadores novos e coreanos. Desde que se sigam de escolhas conscientes, optar por imports é a melhor decisão.
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