CBLOL: Stardust na LOUD
- Lucas William
- 24 de jan. de 2024
- 3 min de leitura
É fato no Brasil a tendência de reduzir ideias de jogo e estilos à memes e usá-los como um argumento real, criando más interpretações que tornam algumas coisas em inverdades; gostaria de não parecer redutível neste texto.
Para iniciar, gostaria de pontuar algumas coisas sobre o mais recente trabalho de Stardust: na LOS Grandes do ano passado.
1) O primeiro Split dele como treinador da LOS, na minha visão, foi muito bom. Não excelente, excelência é apenas a taça. Porém, conseguiu unir cinco jogadores que mal tinham jogado juntos a chegar numa terceira posição, faltando apenas um jogo para a final. As noções de jogo do técnico foram capazes de tornar este time num dos melhores do CBLOL.
2) O Ranger em uma live deixou claro que as visões do técnico eram dominadoras no estilo de jogo da LOS, podendo tornar a situação de alguns jogadores um tanto desconfortável. Isso principalmente no primeiro Split, onde eles foram mais longe. (https://www.youtube.com/watch?v=TFV9n92paEo&ab_channel=DogeClips)
3) Para o segundo Split, algumas alegações para a mudança estranha na lineup foi de que o Zay não era um suporte caller (uma necessidade na visão do coach), também de que o HiRit não era flexível o suficiente e precisavam de um jungler mais inteligente. A princípio, entendo essas alterações, mas não deixo de achar uma visão um pouco fora da realidade que o time apresentou. Era o primeiro split do Zay, é entendível ele não assumir a posição de caller (algo que pode ser trabalhado). Era o primeiro Split do time juntos, era entendível o resultado não vir de cara. Na minha visão, faltou um trabalho focado no desenvolvimento do segundo Split. Porém, os gastos da line terem sido altos deve ter prejudicado, criando uma pressão de título imediata para o time.
As considerações que gostaria de fazer sobre a LOUD se atém um pouco ao senso comum, mas algumas coisas são bem factíveis.
1) O alicerce, a base, que torna o time da LOUD tão forte para mim, é o entendimento das limitações dos jogadores do seu time e do oponente. Lembro-me de ouvir de alguém do time (senão me engano, o Tinowns), que se o Robo não quisesse enfrentar algo, ele bania. Os jogadores tem esse conforto na LOUD com a antiga staff, pois sabem que no final, quem determina os resultados são os players, não a staff.
2) Essa independência de jogo produzida pelos players reverbera num plano de jogo que funciona para o time, em casos onde o meta dizia para jogar pelo bot e eles pegavam Renekton+Sejuani e faziam dives top, deixando o Robo forte o suficiente para carregar alguns jogos. É claro, vamos ressaltar a competência da bot lane de lidar com algumas pressões e sempre sair bem, estabilidade que produz resultados para o time.

Dados estas considerações, quais são minhas expectativas para o Stardust na LOUD? Para mim, uma coaching staff coreana não era o que a LOUD precisava. Como dado no ponto 2 sobre o Stardust e ponto 1 da LOUD, essas reações não batem: quem vai ser a voz mais ativa? Os players ou o técnico? É muito comum treinadores coreanos pensarem estar treinando 5 coreanos, quando existem outras culturas e mentes das quais não estão acostumados a lidar. Isto pode, definitivamente, influenciar num resultado ruim para a LOUD. Sem criar quaisquer desrespeito, mas, Stardust deve ter sim um entendimento de jogo maior do que a antiga staff, porém não sozinho. Se a staff, aliada aos jogadores, for capaz de lidar no interpessoal de maneira saudável e nos jogos a LOUD não perder sua essência para se adaptar exclusivamente ao coreano, acredito sim que o time manterá sua presença vitoriosa.
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