LLA: Uma análise sobre o título inédito da Estral Esports

Após vencer a atual bicampeã, Movistar R7, por 3 a 0 com uma performance extremamente dominante, a Estral, após 3 anos e 4 vices, finalmente se sagrou campeã da maior competição de League of Legends latino-americana.

Foto: Reprodução/LLA

Terminando com 32 vitórias e apenas 5 derrotas em jogos únicos, a campanha da Estral foi uma das melhores da história da LLA, ficando atrás apenas da Movistar R7 que, no split anterior, perdeu apenas 4 partidas e não foi derrotada nenhuma vez em séries, algo que poderia ter sido repetido pelas águias caso não tivessem sido surpreendidos pela Six Karma na última série da fase regular.

A boa campanha na fase de pontos já era algo esperado tanto pelos torcedores quanto para quem não tem nenhum vínculo emocional com a Estral, porém a dominância contra a Movistar R7, que saiu derrotada em todos os confrontos contra as águias nesse split, não era algo que muitos esperavam ver.

Os latinos de volta ao topo

Após 2 anos de dominância das equipes com 2 coreanos, a Estral, única equipe do top 3 sem nenhum estrangeiro, mostrou o poder latino e dominou os playoffs da LLA.

O primeiro título da Estral na LLA ter sido fruto da primeira equipe inteiramente latina da história da organização mostra que apostar no talento da região pode também ter um bom retorno, e que as equipes não precisam ser reféns de jogadores coreanos que, muitas vezes, não conseguirão se adaptar perfeitamente as diferenças regionais e acabarão tirando a vaga de jogadores que teriam uma maior curva de evolução, mesmo que a curto prazo não tivessem o mesmo rendimento dos imports coreanos.

Foto: Reprodução/LLA

Claro que, apesar da pouca idade em relação a média da competição, a Estral não foi montada com o intuito de ser uma equipe promissora. Apesar de Ackerman, Cody e Josedeodo ainda serem considerados jogadores relativamente jovens, os três já eram considerados há tempos um dos melhores de suas posições e já possuíam grandes conquistas em suas carreiras. Snaker e principalmente Zothve, não tinham o mesmo renome de seus companheiros, e eram os únicos que ainda buscavam suas primeiras conquistas, mas também já eram considerados top 3 de suas respectivas posições.

O sucesso da Estral pode ser determinante para que as grandes equipes da LLA voltem a apostar fortemente nos talentos latinos. Nessa frase não incluo organizações que, claramente, estão tentando apenas reduzir custos quando se trata da montagem de equipes inteiramente latinas, mas sim aquelas que realmente visam a evolução de seus jogadores e a montagem de elencos que de fato podem ser competitivos.

Salvando a audiência da liga

A Estral, pelo segundo split consecutivo, esteve presente nas cinco partidas mais assistidas de toda a etapa. Nessa etapa, a Estral salvou a LLA de um completo desastre midiático, visto que, em comparação com o primeiro split do ano anterior, a competição teve uma redução de 20% na média de viewers. Se não fosse a presença da Estral e de seus astros, provavelmente teríamos presenciado a pior LLA da história em termos midiáticos.

Além da presença online, a torcida da Estral também ficou marcada por ser a mais barulhenta e a única que conseguia, na maioria das vezes, lotar o estúdio da LLA, que amargou baixíssimas taxas de lotação em alguns confrontos dos playoffs que não envolviam as grandes favoritas.

O último representante da LLA no MSI?

Com a morte de quase todas as ligas minors, e principalmente, com a retirada da vaga direta da LJL, liga que possui médias muito próximas às da LLA na questão de audiência, fator decisivo para a Riot Games, as conversas e os temores em relação a uma possível junção da LLA com outra liga, e consequentemente, o fim da vaga direta da liga aos campeonatos internacionais começaram a surgir desde o início desta etapa.

A Estral deve usar disso como uma motivação para ter um bom desempenho no MSI, pois uma campanha desastrosa basicamente selará o destino da liga.